GADO DE LEITE - NUTRIÇÃO PARA MÁXIMA EFICIÊNCIA PRODUTIVA
Data de Publicação: 21/05/2024 às 09:30:00
Muito se fala em melhoria da eficiência alimentar na pecuária leiteira, afinal os gastos com alimentação podem chegar até 60% dos custos totais de produção. Daí decorre a importância de monitorar os vários fatores que afetam a relação entre quantidade de leite produzido (Kg) por unidade de alimento ingerido (Kg de matéria seca), uma vez que as vacas não apresentam a mesma eficiência alimentar ao longo da sua vida produtiva ou durante a lactação, como alega o agrônomo, mestre em ciência animal e pastagens e consultor técnico em pecuária leiteira, Paulo Stacchini. "Vacas de primeira cria são menos eficientes que vacas adultas, uma vez que devem destinar parte dos nutrientes ingeridos para crescimento e ganho de peso. Vacas no início de lactação são mais eficientes em converter alimento em leite quando comparadas às em estágios mais avançados de lactação, sobretudo aquelas em final de gestação, que necessitam direcionar parte dos nutrientes ingeridos ao crescimento do feto", ilustra.
Teoricamente, para alcançar uma maior produção de leite, a vaca deve comer mais, de modo que produção e ingestão de alimento correm paralelamente na maioria dos casos. Contudo, digestibilidade e consumo não caminham lado a lado. Normalmente, quanto maior a ingestão de matéria seca, mais rápida é sua passagem pelo trato gastrointestinal e menor é o tempo disponível para que ocorra a digestão. Observe-se, portanto, que aumentar a eficiência alimentar não é um trabalho tão simples.
Uma opção de acordo com Paulo Stacchini, é fornecer dietas que garantam máxima fermentação ruminal, ou seja, equilibradas, contendo fontes e teores adequados de energia, proteína, com taxas de degradabilidade ruminal adequadas. Cabe lembrar que quantidade de fibra que garantam estabilidade do pH ruminal são pontos críticos para maximizar a taxa de crescimento das bactérias ruminais e aumentar a extensão e velocidade com que os alimentos sejam degradados por estes microrganismos. "O fornecimento de dieta total tende a reduzir problemas de alteração súbitas no pH ruminal e proporcionar um ambiente mais favorável às bactérias ruminais, melhorando a digestibilidade da dieta. Porém, em sistemas a pasto, tal modalidade de alimentação é inviável, de modo que atenção especial deve ser dada com relação à quantidade de alimentos concentrados fornecidos por trato, evitando-se quantidades superiores a 2,5 Kg de concentrado/trato. Obter forragem de mais alta qualidade também é importante porque diminuirá a quantidade de alimento concentrado a ser utilizado", explica o agrônomo.
Outro ponto importante para otimizar a eficiência alimentar é evitar expor os animais a condições de estresse. Por exemplo, vacas sob estresse térmico demandam mais energia para regular a temperatura corporal, reduzindo a energia que poderia ser utilizada para produção de leite. Outras situações de estresse que prejudicam a eficiência alimentar são: reduzida frequência de alimentação, pouca oferta de espaço de cocho, competição de animais de tamanho diferentes nos lotes e excesso de lama. Dietas mal formuladas ou com concentrações inadequadas de minerais também podem expor as vacas a distúrbios metabólicos que concorrem para reduzir a eficiência alimentar, como cetoses, acidoses, laminites, hipocalcemia, retenções de placenta entre outros.
Sistema de Alimentação
Paulo Stacchini declara que um sistema alimentar é eficaz quando permite adequado desempenho animal (atendimento das exigências nutricionais das diversas categorias do rebanho) e produção de leite com custos competitivos.
Segundo ele, o primeiro passo para obtenção de sistemas alimentares eficazes é compreender que a alimentação é apenas um dos componentes do sistema de produção e deve ser planejada em função de características dos recursos físicos de cada propriedade e dos recursos animais que se pretende explorar: "Mais importante que definir se o sistema alimentar será confinamento total, semi-confinamento ou baseado em pastagens, é necessário o produtor planejar o sistema como um todo. Insisto nisso porque é um erro recorrente que tenho observado como consultor: O produtor deve planejar quais recursos forrageiros permitirão suprir a demanda de forragem para o rebanho ao longo do ano e ser eficiente em produzir toda forragem com qualidade e máximo rendimento por área, barateando o custo de produção", alega.
Além do que, é ampla a gama de combinações de recursos forrageiros que podem ser usados de forma isolada ou combinada numa fazenda. Porém, dependendo dos recursos físicos existentes (condições de clima, solo e infraestrutura de máquinas e instalações da propriedade), algumas combinações são mais eficientes que outras. Quando não se observa esse princípio, fatalmente há elevação dos custos de produção com forragem, falta de forragem ou necessidade de se corrigir tais problemas com uso excessivo de alimentos concentrados, que irá onerar ainda mais o custo de alimentação.
O segundo passo para se obter um sistema alimentar eficaz é utilizar tanto os alimentos volumosos quanto os concentrados com critérios. Num rebanho leiteiro existem diferentes categorias animais e cada uma tem requerimentos nutricionais diferentes. Vacas em pico de lactação apresentam exigências nutricionais muito mais elevadas que vacas no final de lactação ou vacas secas. Desta forma, dividir o rebanho em lotes, de acordo com suas exigências, e alimenta-los de forma criteriosa, de acordo com sua produção e necessidades nutricionais, são outros pontos chaves para redução de custos.
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Autor: Revista Produz
Fonte: Matéria Retirada da Revista Produz